A GUERRA ENTRE A PSICOLOGIA E A RELIGIÃO
"Para alguns que confiavam em si mesmos, tendo-se por justos
e desprezando os outros...”
Lucas 18:9
Várias pessoas religiosas têm me procurado no decorrer dos anos
para fazer terapia. Em determinados casos, precisei ser muito
cuidadoso devido ao preconceito delas contra a psicologia, mas
acabei descobrindo algumas abordagens bastante proveitosas. Por
desejar compartilhar o que aprendera com outros profissionais,
escrevi um artigo e submeti-o a uma famosa revista técnica na
área da psicoterapia.
Fiquei consternado ao ser informado que o artigo tinha sido rejeitado.
O editor da publicação incluiu na carta que me enviou os comentários
da pessoa que fez a análise do meu artigo. Fiquei
surpreso com os comentários, que eram concisos, hostis e
extremamente pejorativos. No final da análise, em que
apaixonadamente argumentava que o assunto em questão não era
adequado a uma revista de psicologia, as frases estavam
incompletas evidenciando a raiva de quem escrevera. Ficou claro
para mim que ele não tinha terminado de ler o meu artigo porque
várias das suas objeções haviam sido respondidas na parte final
do meu texto.
Eu escrevera o artigo para ajudar os psicoterapeutas a entender os
preconceitos dos pacientes religiosos. No entanto, vários
psicoterapeutas também estão precisando de ajuda com relação
aos seus próprios preconceitos contra a religião. A necessidade de
menosprezar aqueles que não compreendemos decorre de um
amor-próprio excessivo que prejudica a nossa própria saúde
espiritual e psicológica. O fato de o meu artigo ter sido rejeitado é
irônico se levarmos em conta seu tema central: podemos ser
dogmáticos com relação à religião ou à psicologia, mas ao nos
considerarmos superiores aos outros e ao achar que não
precisamos do que eles têm a nos oferecer estamos causando um
dano a nós mesmos. Meu artigo acabou sendo publicado em uma
revista de psicologia conhecida por interessar-se tanto pela
psicologia quanto pela religião. No entanto, não consegui deixar de
pensar que os leitores da primeira revista talvez fossem os que
mais precisassem ler o que eu estava tentando dizer.
O que Jesus criticava como excesso de amor-próprio a psicologia
chama de narcisismo, que acontece quando a pessoa tem uma
visão grandiosa de si mesma para defender-se das próprias
imperfeições. O narcisismo prejudica o relacionamento com os
outros e cria uma barreira tanto para a saúde espiritual quanto
para a psicológica.
Algumas pessoas não acreditam que a psicologia e a religião
sejam compatíveis, chegando ao ponto de descrever as
divergências entre elas como uma "guerra". Quando a psicologia é
excessivamente narcisista e não admite que a religião tenha
alguma coisa a oferecer para o entendimento do comportamento
humano, ela é culpada de um excesso de amor-próprio. Quando a
religião tem um amor-próprio exagerado e não admite que a
psicologia tenha algo a oferecer para o entendimento do coração e
da mente humana, ela é culpada de narcisismo. Aqueles que são
suficientemente humildes para admitir que podem aprender com os
outros sem os desprezarem estão no caminho da saúde
psicológica e espiritual à qual Jesus se referiu.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL:
A arrogância que nos leva a acreditar que somos superiores aos
outros tem origem no medo de sermos inferiores.
sábado, 11 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário